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Sobre mentiras e perdão


15 julho 2015


Antes de sair de casa tirei a câmera do armário com a intenção de fotografar a paisagem ao passear pela orla Porém, acabei esquecendo-a em cima da mesa, talvez as fotos ficaram em segundo plano para que eu escrevesse. Não tive uma boa noite de sono, mas acordei disposta para ir ao mercado e ao ar livre. O dia está incrivelmente lindo! Venta suavemente, as ondas do mar são escassas e o céu está azul sem nuvens. E ao observar as pessoas  passeando com os cachorros ou praticando exercício físico, elas parecem amigáveis e felizes, levando-me para calmaria que buscava.

Ontem sofri uma grande decepção a qual não mencionarei. E apesar de meu corpo estar sereno, ainda sinto um certo mal estar. Não sei se estou com raiva ou triste, encontro-me sem palavras acerca do ocorrido. Enquanto estava a caminho daqui, dialoguei em pensamento com certa pessoa, enquanto eu explicava a história mentalmente, meu corpo sofria alterações fisiológicas. Foi neste momento pude perceber não estar preparada para resolver a situação.

Em 2015 não é a primeira vez que sinto meu mundo desabar. Entretanto, conforme vou vivendo tais decepções, me torno mais consciente de como a vida está sujeita a mudanças e a quebra de laços. Aprendi que o perdão vem com o tempo e que nossa única rocha inabalável é o ser supremo ao qual acreditamos existir. Infelizmente ninguém de carne e osso será 100% em tudo. Somos falhos e imprecisos e capazes de fazer alguém feliz ao mesmo tempo que estamos susceptíveis a uma possível atitude que causará sofrimento.

Não sou perfeita, tampouco a pessoa que me magoou o é. Reconhecendo isso, ela tem direito a se defender e ao meu perdão. Porém, existe algo dentro de cada um de nós que ao ser quebrado, jamais volta a ser como era antes: confiança. Sinceramente não sei qual será minha decisão. Não guardo rancores, mas sou boa de memória, provavelmente lembrarei desse erro pelo resto da vida. A convivência poderá se tornar menos cálida, como resultado da exposição das mentiras.

O meu recado é: Se você não quer que alguém sofra e perca a fé na sinceridade das pessoas, seja sincero em qualquer situação, por pior que seja. Mais vale um sofrimento momentâneo com a verdade, do que a falsa alegria diante da farsa que causa frustação e danos irreversíveis. Existem duas escolhas em suas atitudes e, apenas uma te trará a paz necessária para viver sem conflitos ao lado daqueles que você ama.

Faça o certo, ainda que doe e intimide.

Resenha: Delirium!


10 julho 2015



Sinopse: Desordens. Distúrbios. INSÂNIAS! Este é o tema de Delirium. Nesta coletânea de contos o autor preza, sobretudo, pela diversidade e a originalidade. Pois em que outro livro você encontraria realidade virtual, experiência com alucinógenos, assassinos sádicos, debates sobre crenças e religião, um desabafo a la Kafka, e, até mesmo, os infortúnios de uma fofoca? Uma culinária diversificada e bem temperada para todos os paladares.

Bom, vou tentar falar do livro sem dar spoilers. Não vou falar de todos os contos, porque acho que a resenha ficaria muito longa, mas vou resumir, dizendo que adorei todos. No entanto, falarei do meu preferido, o primeiro, do Doutor Sádico. Tenho que dizer que esse conto, é de longo, o mais agoniante do livro e eu acho que é justamente por isso que é o primeiro. O autor conseguiu pegar todas as coisas ruins que existem no ser humano e colocar em uma só pessoa. É incrível como conseguimos sentir repulsa pelo personagem e ao mesmo tempo, entender porque ele é assim. É aquela coisa que esquecemos de analisar ao lermos uma historia. Tudo tem um porquê. Se o personagem é tão ruim quanto lemos, provavelmente aconteceu algo terrível com ele. E apesar desse conto ser um dos mais agoniantes do livro, na minha opinião, eu consegui entende rum pouco o personagem. Senti repulsa, é claro. Tinha momentos que eu fiquei me perguntando como ele ainda estava vivo, e outros eu mesma queria entrar no livro e dar um jeito nele, mas provavelmente estaria morta Kkk 



Outro conto que eu adorei foi a Questão de todas as questões. Nele o autor fala basicamente sobre religião e cita coisas que muitos de nós já pensamos, mas tivemos medo ou vergonha de falar por não querermos ser julgados. Achei o autor bem corajoso por abortar esse tipo de coisa, e conforme formos lendo, as palavras realmente abrem nossa mente. Nos fazem pensar, questionar, sentir coragem de perguntar.

Todas as outras religiões também têm questões que abalariam seus crentes, mas talvez fosse melhor não falar disso com os mesmos, tão delicada é essa matéria e tão grande é o perigo de tocar em semelhante corda.Pg 107

 ''Eu detesto religião, como não canso de falar, mas o ateísmo para mim também não faz sentido! Visto que, para vocês, não há imortalidade depois do túmulo, o que faz a vida parecer absurda, sem um propósito!'' Pg. 145 


A editora 42 fez um ótimo trabalho de diagramação e a capa (tirei altas fotos com ela) feita pelo ilustrador Zambi, tais como as outras ilustrações dentro de cada conto, estão perfeitas. As ilustrações deram um toque a mais e me prenderam muito na leitura. Eu imaginei o Doutor Sádico, e o Henrique, exatamente como nas ilustrações! O que facilitou muito. O livro possui 8 contos, sendo deles um poema. As páginas pretas deram um toque a mais e as citações do autor surgindo pelas historias, fez o livro ficar mais original.

O autor escolheu bem o nome, pois o livro nos faz realmente delirar. Assassinato, Drogas, Fofocas, religião, são os diversos assuntos que você irá ler nessas 226 páginas, ele fez um ótimo trabalho, e eu espero ler mais de suas obras :D Se alguém quiser comprar o livro, é só entrar em contato com ele pelo facebook. Ele mesmo envia, com assinatura e tudo.

30 Frases para se inspirar e escrever como se não houvesse amanhã


06 julho 2015



Eu nunca gostei de rasurar os meus livros, então sempre escrevo as frases (partes que gosto) em um caderno. Mas ultimamente peguei a mania de grifar as frases com marca texto, e selecionei trinta frases entre as que mais gosto, para vocês que gostam desse mundo das palavras. Espero que gostem!

1- “Isso é escrever. Tirar sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a ‘função social’, nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É uma solidão assustadora. (...) Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta.”  (Caio Fernando Abreu)

2- “Infinitos sóis. Infinitas distancias entre eles. E você, um pontinho invisível sobre outro pontinho invisível, infinitamente pequeno.” (O mochileiro das galáxias)

3- “Eis uma verdade. O livro que realmente vai mudar a sua vida é o livro que você escrever.” (Seth Godin)

4- “Comece escrevendo, não importa o que. A água não flui enquanto a torneira não está ligada.” (Louis L’amour)

5- “Se você não gosta da minha história, desculpe. Ela não foi escrita para você.” (A Cabana)

6- “Se soa como escrita, eu reescrevo.”

7- “Às vezes as pessoas precisam mais de uma boa história do que comida para se manterem vivas.” (Barry Lopez)

8- “Escreva para que as pessoas possam ouvir, deslizar pelo seu cérebro e ir direto ao seu coração.” (Maya Angelou)

9-“Escrever não é usar palavras difíceis para impressionar, é usar palavras simples de uma forma impressionante.”

10- “Porque desperdiçar uma frase dizendo nada?”

11- “Os textos vivem me lendo.” (Caio Fernando Abreu)

12- “Engole um espelho, menina. Aprende que bonito, é o que a gente é por dentro.” (Caio Fernando Abreu)

13- “Existem muitas coisas para se escrever, mas não para se falar.” (Charles Bukowski)

14- “Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.” (Fernando Pessoa)

15- “Talvez eu não seja um escritor tão de merda assim. É só que os meus pensamentos são estrelas, que eu não consigo organizar em constelações.” (John Green)

16- “Imagine uma nova história para a sua vida e acredite nela.” (Paulo Coelho)

17- “Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.” (Clarice Lispector)

18- “Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo.” (Extraordinário)

19- “Todas as manhãs, ela deixa os sonhos na cama, acorda e põe sua roupa de viver.” (Clarice Lispector)

20- “Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.” (Rubem Alves)

21- “Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada. (Clarice Lispector) 

22- “Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite. (Clarice Lispector)

23- “A palavra é meu domínio sobre o mundo.” (Clarice Lispector) 

24- “O papel tem mais paciência do que as pessoas” (Anne Frank) 

25- “Quando escrevo sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta, mas pergunto-me: escreverei alguma vez coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração! Ao escrever sei esclarecer tudo, os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias.” (Anne Frank) 

26- “Estas palavras são vômitos. Esta caneta trêmula é meu esôfago. Este caderno é minha tigela de porcelana.” (Estilhaça-me) 

27- “Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansada, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive paixão e o seu desespero. E agora só queria ter o que tivesse sido e não fui.” (Clarice Lispector) 

28- “Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.” (Clarice Lispector) 

29- “Estou escrevendo na hora mesmo que sou lido.” (Clarice Lispector) 

30- “O que me atrapalha a vida é escrever.” (Clarice Lispector) 

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